O mercado de milho continua com baixa liquidez no Sul do Brasil, refletindo o descompasso entre as pedidas dos produtores e as ofertas da indústria. No Rio Grande do Sul, os preços variam entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, dependendo da localidade, com negociações limitadas em Santa Rosa, Ijuí, Não-Me-Toque e Marau. Já no Paraná, produtores pedem entre R$ 73,00 e R$ 75,00/saca FOB, enquanto compradores oferecem valores abaixo de R$ 70,00 CIF, mantendo o mercado spot praticamente parado.
Em Santa Catarina, o cenário também é desafiador. Em Campos Novos, produtores pedem R$ 80,00/saca, mas as ofertas não passam de R$ 70,00. No Planalto Norte, os pedidos giram em R$ 75,00 contra propostas de R$ 71,00, dificultando a realização de novos negócios e levando parte dos agricultores a reconsiderar investimentos para o próximo ciclo.
Em Mato Grosso do Sul, cotações variam entre R$ 47,00 e R$ 53,00/saca, com pequenas quedas em Sidrolândia, mas Dourados mantém as melhores referências. Segundo analistas da TF Agroeconômica, mesmo com ajustes pontuais, o mercado segue refletindo equilíbrio momentâneo entre oferta e demanda.
Bolsa Brasileira: pregão misto e pouca variação nos contratos futuros
Na B3, os contratos futuros do milho operaram no campo misto nesta sexta-feira (19). Por volta das 10h07, os preços variavam entre R$ 67,44 e R$ 73,11 por saca:
- Novembro/25: R$ 67,44 (+0,28%)
- Janeiro/26: R$ 70,12 (+0,03%)
- Março/26: R$ 73,11 (-0,12%)
- Maio/26: R$ 71,92 (+0,26%)
Na quinta-feira (18), o pregão apresentou direções distintas. O vencimento novembro/25 fechou a R$ 67,27 (+R$ 0,09 no dia, -R$ 0,69 na semana), enquanto março/26 terminou em R$ 73,13 (-R$ 0,12 no dia, -R$ 0,21 na semana). O cenário reflete a disputa entre fatores internos, como o câmbio, e externos, incluindo o avanço da colheita nos Estados Unidos.
Mercado internacional: Chicago registra oscilações e preocupa pela seca nos EUA
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho abriram a sexta-feira com leve valorização, impulsionados por preocupações com seca e problemas nas lavouras do Centro-Oeste dos Estados Unidos, incluindo a ferrugem asiática. Por volta das 09h44:
- Dezembro/25: US$ 4,25 (+1,75 ponto)
- Março/26: US$ 4,42 (+1,25 ponto)
- Maio/26: US$ 4,52 (+1,25 ponto)
- Julho/26: US$ 4,58 (+1,25 ponto)
Apesar da expectativa de seca, na quinta-feira (18), os preços recuaram com a intensificação da colheita americana: dezembro caiu 0,70%, a US$ 423,75/bushel, e março perdeu 0,67%, a US$ 441,50/bushel. Analistas apontam que problemas de polinização e incidência de ferrugem asiática estão afetando a produtividade e a qualidade da safra norte-americana, mantendo o mercado cauteloso.
O USDA, em relatório divulgado na semana passada, revisou a produtividade média nos EUA para 186,7 bushels por acre (queda de 2,1 bpa) e elevou a produção para um recorde de 16,814 bilhões de bushels. No entanto, os números ainda podem ser ajustados em relatórios futuros à medida que mais dados de colheita forem coletados, reforçando a volatilidade nos preços internacionais.
Perspectivas: mercado interno travado e externas pressionam
O mercado de milho no Sul do Brasil permanece travado, com negociações limitadas e preços distantes do necessário para estimular novos negócios. Ao mesmo tempo, o mercado internacional segue pressionado pela incerteza sobre a produtividade nos EUA, afetando diretamente as cotações futuras e a competitividade do cereal brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
 
								 
								
 
											



















