O governador Mauro Mendes voltou a escalar o tom contra o Judiciário de Mato Grosso ao cobrar publicamente o cumprimento da promessa feita pelo Tribunal de Justiça no ano passado — a abertura de 35 varas no interior, compromisso que, segundo ele, justificou o aumento do duodécimo repassado pelo Executivo ao TJ. Irritado, Mendes afirmou que o Judiciário “não abriu a vara, não atendeu à população e agora quer aumento”, num claro recado de desconforto com a condução administrativa do Tribunal. O governador confrontou ainda a proposta de reajuste de quase 7% apenas ao Judiciário, questionando se os demais poderes não cobrariam o mesmo e afirmando que isso criaria um impacto imediato de R$ 1,6 bilhão por ano, além do peso atuarial.
Visivelmente irritado na entrevista, Mauro Mendes comparou a responsabilização fiscal das famílias com a gestão pública, dizendo que, se o Judiciário quer criar despesas, precisa apontar a fonte de receita ou aceitar cortes. Ele deixou no ar a cobrança política: se o duodécimo foi ampliado exatamente para abrir as varas prometidas, por que nada saiu do papel? A crítica expõe uma fissura entre governo e Judiciário e revela o incômodo do governador com a falta de retorno institucional após o repasse extra do ano passado — um desgaste que ele fez questão de vocalizar.


















