A semana do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, foi marcada por uma avalanche de escândalos e revelações que escancaram o descontrole, o desperdício e a irresponsabilidade no uso do dinheiro público. De um “cachorro robô” superfaturado por R$ 2 milhões até contratos de locação de SUVs de luxo para diretores da saúde, passando por caminhões hidrojatos 300% mais caros que na gestão anterior, o que se vê é uma gestão atolada em prioridades invertidas e práticas lesivas à população.
A bomba da semana veio com a denúncia do vereador Dídimo Vovô: a Prefeitura firmou um contrato de mais de R$ 2 milhões com a empresa Goldman Soluções em Saneamento LTDA para a compra de um robô de vídeo inspeção, popularmente chamado de “cachorro robô”. O problema? O mesmo equipamento pode ser adquirido no AliExpress por R$ 6 mil. A compra foi feita por adesão a uma ata, sem licitação direta, aumentando as suspeitas de superfaturamento. A ironia não passa despercebida: o próprio prefeito já usou sites de marketplace como o Mercado Livre para justificar políticas públicas. Agora, essa comparação virou motivo de piada e revolta.
Como se não bastasse, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública, comandada por Thania Zanette (ligada ao ex-governador Silval Barbosa), firmou um contrato de R$ 1,5 milhão para alugar carros de luxo — SUVs Fastback e modelos Argo — que circulam sem qualquer identificação oficial. Enquanto isso, falta dipirona, gaze e médicos nas unidades de saúde. Em paralelo, a Prefeitura também aderiu a uma ata de R$ 15,2 milhões para aluguel de caminhões de hidrojato, que agora custam R$ 141 mil por mês — um salto de 300% comparado ao contrato anterior. É um escárnio, uma sangria sem anestesia nos cofres da cidade.
E para fechar a semana com chave de ouro — ou melhor, com deboche e desrespeito —, circulou nas redes sociais uma foto do prefeito Abílio Brunini deitado no sofá da Câmara Municipal com os pés sujos apoiados em uma cadeira do plenário, bem em cima de um patrimônio público. A imagem escancara o desprezo de um gestor despreparado que trata o que é do povo como se fosse um puxadinho da própria casa. Não se governa com escândalo atrás de escândalo, nem com pose de influenciador digital em plenário: a paciência da população está no limite.
