Na manhã desta quinta-feira (20), a Polícia Civil e a Polícia Militar da Bahia entraram nos territórios indígenas Pataxó para cumprir 12 mandados de prisão. A ação mobilizou mais de uma centena de policiais e intensificou a tensão na região, marcada por conflitos históricos pela posse da terra.
O uso de um grande aparato estatal na operação reforçou as denúncias de racismo institucional e violência contra os povos indígenas, que já vivem em um contexto de guerra há anos. No último dia 11 de março, um indígena foi assassinado em meio ao conflito, enquanto lideranças Pataxó se mobilizavam em Brasília para exigir paz e a demarcação de suas terras. Até o momento, o Estado não tomou medidas concretas para solucionar a crise.
Em contrapartida, no dia 17 de março, ruralistas organizaram um ato na BR-101 pedindo proteção para terras que ocupam dentro de territórios indígenas, como Barra Velha de Monte Pascoal e Comexatibá. A manifestação aumentou ainda mais a polarização na região, onde os Pataxó seguem reivindicando a posse de terras tradicionalmente ocupadas pelo povo.
Nos últimos anos, pelo menos 25 indígenas foram assassinados em ataques diretos aos territórios Pataxó, além de dezenas de homicídios relacionados, ameaças e tentativas de assassinato, conforme registrado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Diante da crescente violência e da criminalização dos povos indígenas, lideranças exigem uma posição do governo da Bahia e uma resposta do governo federal para resolver o conflito. O principal pedido é a aceleração da demarcação das terras Pataxó, medida vista como essencial para garantir a segurança e o direito dos povos originários na região.