Ônibus da Saúde de Juína fica sem combustível e pacientes passam noite na estrada
Pacientes de Juína, no noroeste de Mato Grosso, enfrentaram uma situação dramática durante uma viagem em busca de atendimento médico em Cuiabá. Um ônibus fretado pela Secretaria de Saúde do município ficou sem combustível no meio da viagem, deixando os passageiros, entre eles pessoas em busca de tratamento médico, sem opção a não ser passar a noite na estrada.
O episódio foi registrado em vídeo por uma passageira, que relatou o ocorrido e desabafou sobre o descaso. O vídeo foi publicado na página do Instagram do site Juína News, onde a mulher denunciou a situação. “Isso aqui é uma vergonha. O ônibus da saúde que saiu de Juína ontem às 17h, e estamos aqui até agora. Pousamos na estrada por falta de combustível. Não tem nada. Paramos à meia-noite e até agora nada”, relatou.
Segundo a passageira, o veículo ficou parado a cerca de 120 km do Posto Gil, localizado na rodovia BR-163, no município de Diamantino. Após horas de espera, o motorista conseguiu 20 litros de diesel emprestados de outro caminhoneiro, mas o combustível foi insuficiente para completar a viagem. “Andamos alguns poucos quilômetros e paramos de novo. Estamos a 120 km do Posto Gil”, contou a mulher no vídeo.
Falta de assistência de qualidade
O episódio também escancara a fragilidade no atendimento de saúde oferecido pelo Estado. Muitos dos pacientes, segundo a passageira, estavam em busca de cuidados que não encontram em Juína e se deslocavam para o Hospital Municipal de Cuiabá. “É uma vergonha termos que passar por isso porque não temos saúde de qualidade na nossa cidade”, desabafou.
Uma situação recorrente?
Casos como este chamam atenção para a precariedade no transporte e assistência oferecidos aos pacientes do interior do estado. O problema reflete a falta de planejamento e investimentos adequados no sistema de saúde pública, especialmente em municípios afastados da capital.
O episódio é mais um lembrete de como o direito à saúde, garantido pela Constituição, enfrenta desafios estruturais em Mato Grosso, deixando pacientes em situações de vulnerabilidade e dependência de serviços cada vez mais distantes e ineficientes.
