Mesmo com crescimento populacional e expansão de unidades, efetivo segue encolhendo. Categoria denuncia sobrecarga, falta de promoções e jornada forçada disfarçada de voluntária.

GOVERNO MAURO MENDES: Bombeiros de Mato Grosso denunciam colapso no efetivo e falta de valorização: “Estamos fadados ao esquecimento”

Michel Alvim - Secom-MT

publicidade

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso vive um dos momentos mais críticos de sua história. Com apenas 1.303 militares na ativa, número que cairá para 1.253 até dezembro de 2025 com a ida de 50 profissionais para a reserva, a corporação atua hoje com menos de um terço do efetivo previsto em lei. Apesar do crescimento populacional de 16% nos últimos dez anos e da criação de 11 novas unidades operacionais no período, não houve qualquer recomposição real do quadro e os bombeiros alertam: a segurança pública está sendo negligenciada pelo governo estadual.

A Lei Complementar nº 530/2014 previa 3.995 bombeiros militares. Já a LC nº 775/2023 reduziu esse número para 3.980, contrariando a lógica de ampliação do serviço. Em vez de reforçar o efetivo para atender a nova realidade, o Estado optou por manter a estagnação. Há 11 anos sem aumento de efetivo. Enquanto isso, a população cresce, as demandas se multiplicam, e os quartéis seguem esvaziados”, afirma um militar da ativa que preferiu não se identificar por medo de retaliação.

Leia Também:  Valex Alcabaça Pires é procurado pela Polícia, acusado de estuprar dois sobrinhos

Além da defasagem numérica, a tropa denuncia a precarização das condições de trabalho. Um dos pontos mais criticados é a jornada extraordinaria, programa em que os militares são escalados em suas folgas para reforçar o atendimento. Vivemos mais no quartel do que com nossas famílias. É uma sobrecarga constante, um abuso mascarado de oportunidade”, relata outro bombeiro.

A situação também afeta diretamente a carreira. Soldados aptos à promoção a cabos permanecem estagnados devido a um “gatilho” legal que libera apenas 50% das vagas disponíveis. Para sargentos e postos superiores, as exigências de tempo, vagas e critérios internos tornam a progressão funcional praticamente inalcançável. “Estamos fadados sem reconhecimento”, desabafa um militar com mais de 25 anos de serviço, ainda na base da hierarquia.

A categoria lembra que, mesmo em tempos de crise, houve momentos de maior valorização. Durante a gestão do ex-governador Pedro Taques, o efetivo foi ampliado significativamente. “Hoje, com as contas do Estado em dia, esperávamos avanços, mas o que vemos é o congelamento da estrutura, a indiferença com os servidores e um total desinteresse pela segurança pública de verdade”, completa.

Leia Também:  De olho no Governo de Mato Grosso? Wellington Fagundes agora defende anistia para Bolsonaro

Enquanto servidores civis contam com planos de carreira estáveis, que garantem promoções por tempo de serviço, os militares enfrentam um sistema rígido, sem ascensão funcional clara, sem reposição de pessoal e com jornadas que afetam diretamente a saúde física, mental e emocional.

A categoria pede providências urgentes do Governo do Estado, aos Deputados Estaduais  e apela para a sociedade mato-grossense: “Não existe segurança pública sem valorização das pessoas. E estamos sendo esquecidos.”

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

publicidade

publicidade