O Balanço Geral do Estado de Mato Grosso em 2024 escancara uma realidade que vai além dos números: é o retrato de um governo que optou por ignorar as políticas sociais. Com um orçamento executado de R$ 39 bilhões, apenas 0,75% foi destinado à Assistência Social — um valor ínfimo, menor até que os gastos com publicidade institucional. Os números não mentem: as prioridades deste governo não são os mais pobres.
Enquanto a pobreza, a fome e a desigualdade corroem as bases da sociedade mato-grossense, o programa “Ser Família”, que deveria ser um alicerce de apoio aos vulneráveis, transformou-se em conteúdo para as redes sociais da primeira-dama Virgínia Mendes. O que se vê não são políticas efetivas, mas cenas montadas: a entrega de um iogurte a um morador de rua, filmada por câmeras oficiais; o culto à imagem pessoal em detrimento da ação concreta. Faltou empatia, sobrou performance.
Os indicadores sociais confirmam o descaso. Mato Grosso está entre os últimos do país em educação, segundo dados do INEP. A violência cresce, o feminicídio atinge níveis alarmantes, e a fila dos ossinhos — símbolo cruel da fome no Centro-Oeste — permanece intocada. Enquanto isso, programas estruturantes, como Minha Casa Minha Vida, cestas básicas e benefícios a indígenas e pessoas com deficiência, são sustentados majoritariamente pelo governo federal, com o Estado apenas carimbando sua marca.
Não há, de fato, uma política social em Mato Grosso. Há uma narrativa construída para alimentar o narcisismo de quem ocupa o Palácio Paiaguás. Comparações com figuras como Madre Teresa, Margareth Thatcher ou Evita Perón não resistem a um mínimo de análise — muito menos se aproximam da grandeza de mulheres mato-grossenses como Terezinha Maggi, Isabel Campos, Dona Yone Campos, Thelma de Oliveira e Lucimar Campos, que fizeram da política um ato de serviço, não de vaidade.
Diante desse cenário, a pergunta que precisa ecoar em todos os cantos do estado é: onde está a alma solidária deste governo? Porque o que se vê é um poder que posa para fotos enquanto o povo passa fome. (com informações blog do povo)